Me visto de Débora Portela de Barros. Descobri o que é ser livre quando me dei conta que não estou condenada a ser nada. Eu posso ser tantas quanto eu quiser, e ir me despindo de todas, deixando-as pelo caminho até o dia de chegar a Ser Ninguém. É pra onde estou caminhando.
Deixar de ser jornalista foi como uma morte que eu quis morrer. Um suicídio de tudo o que eu pensava ser. E como não dava para não ser alguém, o que eu seria a partir daquele agora eu não sabia. Então, me vi nada por muito tempo. Ser nada era o luto profundo da morte que eu escolhi sem saber. Na busca incessante por uma identidade que me fizesse me reconhecer em mim, eu quis ser sommelier. Não consegui, mas também não acreditei. E como eu acreditei em ser padeira, eis que padeira Estou. É assim que eu ganho dinheiro, enquanto treino viver, me relacionar, aceitar, perdoar, amar.
O que colore a minha vida hoje são meus interesses por movimento, meditação, nutrição, astrologia védica, Vedanta, auto-conhecimento, psicodélicos e natureza. Mas o que eu realmente Sou, isso eu ainda estou (re)descobrindo. Este espaço serve a isso.